Todas as crianças passam por aquela fase dos “por quês” e
quando eu passei por ela fiz uma pergunta ao meu pai que levei um bom tempo
comigo, estava eu assistindo a um filme de guerra com ele e perguntei “Pai,
existem bem e o mal na guerra?” e ele disse que não. Por muito tempo levei
tanto a pergunta quanto a resposta comigo, e creio que talvez agora, eu já
consiga entender o que meu pai quis dizer.
Essa história de criar vilões e mocinhos é a estratégia mais
clichê de todos, mas são “mesmices” como esses que vendem, o maior exemplo são
as novelas, são sempre as mesmas histórias e os mesmos fins, me arrisco até
dizer que poderíamos fazer uma receita pra poder criar histórias assim: um
pouco de bondade, muito ódio, muito amor, espiritualidade à gosto e o, não
menos importante, o final em que o bem vence.
Mas me perdoem a brincadeira, o fato é: esse antagonismo
está tão inserido na nossa cultura que o utilizamos pra tudo, pra contar
histórias, pra apresentar uma notícia e, talvez o mais preocupante, nos nossos
julgamentos. Essa história de atribuir valores que acabam por classificar algo
ou alguém como o sendo o “vilão” da história, geram diversos preconceitos e
inibem, muitas vezes, o uso da razão no momento de analisar tal situação.
Dentre muitas das minhas ideologias a que responde melhor a
minha pergunta do primeiro parágrafo (Existe o bem e o mal na guerra?) é a de
que não existe nenhum dos dois assim como não existe nem verdade nem mentiras
absolutas, posto que cada pessoa tem o direito de interpretar e dizer o que bem
entender, a famosa liberdade de expressão. Não podemos julgar, por exemplo,
grupos radicais ou pessoas que pensem diferente da maioria, já que as verdades
nas quais eles acreditam não são as mesmas que nós acreditamos.
Portanto, não creio que possamos julgar ninguém, mas já que
a sociedade atual utiliza deste meio pra se manter, a formação de antagonismos,
seja na mídia ou literatura, só traz consigo a formação de diversos preconceitos
e acabam por inibir o uso da razão por boa parte da sociedade, assim como a
imposição de conservar valores que muitas vezes já estão ultrapassados.
Existe algo que aprendi na física: "Tudo depende absolutamente da perspectiva que você analisa". Paradigmas estão ai para serem quebrados, a cultura mundial que determinar lados e os nomeiam... cabe a você abstrair as idéias do que realmente importa para transformá-las em características pessoais valiosas
ResponderExcluirAcredito neste ponto também, onde tudo depende da direção observada, as pessoas buscam seus ideias e quem somos nós para julgarmos o que é certo ou errado? Acho que a vida nos mostra com o tempo essa realidade, por isso eu concordo com esse texto: "Ninguém nunca vai entender o que você sente até passar pela mesma situação."
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