Os noticiários, para mim, são uma vertente “culta” da mídia,
ou pelo menos deveriam ser. Entretanto, nesse mundo de muitas políticas, há
poucas ideias e ideais, ou seja, muitos apenas escrevem palavras bonitas e
complicadas e no fundo há muito pouco conteúdo. Claro, me perdoem caso isso soe
generalizado, pois preciso confessar que me maravilho com algumas matérias e
editoriais, além de que, ficaria realizado caso trabalhe escrevendo minhas
opiniões para um jornal ou revista.
É certo que vivemos em uma democracia e a liberdade de
expressão é um direito extremamente justo e necessário. Portanto, não serei eu
quem vai julgar o que um jornal ou revista publicou, mas sempre fico intrigado
ao ler, ou assistir, alguns jornais, pois é interessantíssimo como uma única
mudança de palavra e uma ênfase em determinado ponto de vista pode mudar
totalmente o entendimento do leitor acerca do assunto. O que me leva a outro
ponto, o imparcialismo (talvez tenha inventado esse termo).
Há quem diga que o jornalismo deve ser imparcial, e devo
dizer, mesmo que eu fosse jornalista, dificilmente eu seria imparcial, devido,
principalmente, a três fatores: Primeiro, é nato do ser humano julgar os outros
pelo o que fez ou deixou de fazer, é instintivo. Segundo, quando se trata de algum
tema político, devo dizer que considero impossível ser imparcial, pois não há
como alguém defender duas ideologias diferentes (não posso ser comunista e
capitalista ao mesmo tempo, é hipocrisia, ou no mínimo um espião duplo, caso a
guerra fria não houvesse acabado), além do mais, a democracia é construída a
partir do que é considerado o bem comum, portanto, é necessário que a população
se manifeste a favor de um ponto que seja melhor para todos. Terceiro, e nem
por isso menos importante, é a oposição que mantém uma sociedade em constante
desenvolvimento, posto que nesse caso, um partido sempre tentará se sobrepor ao
outro, e, assim sendo, o jornal, sendo ele integrante também do núcleo de
formação de opinião, deve se manter preparado para informar e se posicionar com
relação aos acontecimentos políticos.
O célebre modernista Oswald de Andrade, usou o termo,
“regurgitofagia”, com a finalidade de propor que deglutíssemos as vanguardas
europeias a fim de criarmos uma arte genuinamente brasileira. Porém, proponho eu
que façamos desse ato de regurgitar o que nos é apresentado sempre, e,
consequentemente, quando um jornal, impresso ou televisivo, nos apresentar
alguma informação, devemos antes “digeri-las” e depois “expelir” o que é
realmente importante e necessário, fazendo com que possamos ter a nossa própria
opinião acerca do assunto e evitar que alguns poucos definam o que pensar de
muitos.
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